terça-feira, 29 de maio de 2012

Mata atlântica passa por mapeamento inédito sobre fungos


121 Mata atlântica passa por mapeamento inédito sobre fungos
Espécies de fungos correm o risco de serem extintos antes de serem catalogados. Foto: Paulo Pedro P. R. Costa.

Comunidades de fungos presentes no solo de três áreas da mata atlântica foram analisadas e catalogadas em pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), pela bióloga Vivian Gonçalves Carvalho. “Os fungos desempenham várias funções essenciais ao ecossistema. Muitos deles podem ser extintos antes mesmo de sabermos de sua existência, o que representaria uma grande perda para a ciência, principalmente para avanços na biotecnologia”, ressalta a pesquisadora sobre a importância do estudo. Vivian estimou que existam cerca de 1840 espécies de fungo no solo da mata atlântica.
As amostras de solo analisadas são provenientes de parcelas permanentes da mata atlântica, porções que foram implantadas pelo programa Biota da Fapesp para servirem como área de pesquisa da biodiversidade do estado de São Paulo. Elas estão localizadas no Parte Estadual de Carlos Botelho, na Serra de Paranapiacaba, Estação Ecológica de Assis, em Assis, e Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no litoral sul de São Paulo. A mata atlântica é um bioma presente na maior parte da região litorânea do Brasil e uma das mais importantes florestas tropicais do mundo. A colonização deu início à extinção da porção nativa da mata, que se acentuou nas últimas décadas com a expansão agrícola. Esses dados ressaltam a importância de se fazer um mapeamento de comunidades microbianas desse bioma, antes que espécies desconhecidas sejam extintas.
Avaliação
Foram escolhidas três espécies arbóreas que estavam presentes nas três áreas. Foram recolhidas amostras do solo que estavam sob a copa dessas árvores. As amostras foram recolhidas em época de alta pluviosidade e de baixa pluviosidade, ou seja, de alta e baixa incidência de chuva.
Vivian utilizou métodos tradicionais e métodos moleculares, o que confere caráter inédito à sua pesquisa. Os estudos sobre fungos do solo da mata atlântica publicados até o momento utilizam apenas métodos de cultivo em laboratório para a identificação das espécies. “Esses métodos, porém, são capazes de recuperar apenas uma pequena parte da comunidade total de fungos, já que muitas espécies não crescem em meios de cultura devido às exigências nutricionais dentre outros fatores”, explica.
A avaliação tradicional consiste no isolamento e no cultivo dos fungos, para que depois eles sejam identificados. Foram isoladas e identificadas 142 espécies por meio do método de cultivo utilizado. “Todas elas estão armazenadas na Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde essa parte da pesquisa foi realizada e podem servir de base para outros estudos”.
Já as avaliações moleculares foram duas: a eletroforese em gel com gradiente de desnaturante (DGGE), que é uma técnica que permite a avaliação de diferenças na estrutura das comunidades de fungos de diferentes áreas e diferentes épocas e a de pirosequenciamento, que possibilita a recuperação de um grande número de sequências de DNA de fungos presentes nas amostras de solo. Por meio desse método foi possível recuperar cerca de 39 mil sequências de DNA.
Elas foram agrupadas em Unidades Taxonômicas Operacionais (UTOs), que representam prováveis espécies de fungos. “Com esse método de pirosequenciamento foi possível identificar cerca de 1840 “espécies” (UTOs) de fungo apenas nas amostras de solo analisadas.” Vívian ressalta: “Se considerarmos a área total de mata atlântica, esse número de espécies é, provavelmente, muito maior”.
Características gerais
A pesquisadora avalia que há uma distribuição bastante homogênea entre as comunidades de fungos dentro de cada uma das três áreas analisadas. Também ficou claro que a pluviosidade não é um fator que influência de maneira relevante a presença desses fungos, já que os dados gerados na análise do período de baixa pluviosidade foi semelhante a da época de alta pluviosidade.
“Algumas diferenciações ficaram claras, como que o Parte Estadual de Carlos Botelho e o Parque Estadual da Ilha do Cardoso têm comunidades de fungos mais semelhantes entre si, enquanto que as comunidades da Estação Ecológica de Assis se diferencia em algumas características. Acreditamos que é porque a Estação de Assis fica mais distante do litoral e pode ter sofrido com a continentalidade, caracterizado pelas maiores variações de temperatura e regimes de chuva ao longo do ano. Por outro lado, os demais parques são geograficamente mais próximos entre si e ao litoral”, comenta a bióloga.
Com todos esses dados emitidos, Vivian e seu orientador montaram uma rede, que eles chamaram de rede neural artificial. Essa rede juntava todos os dados coletados durante o estudo e a partir dela foi possível fazer uma série de inferências acerca dos fatores que exerceram maior influência na diversidade de fungos do solo. Dentre as variáveis analisadas, a matéria orgânica do solo e o pH mostraram ter maior efeito na diversidade da comunidade de fungos do solo da mata atlântica.
O estudo teve orientação do professor Marcio Rodrigues Lambais, também da Esalq.
* Publicado originalmente no site da Agência USP.

Agrotóxicos são uma ameaça para colônias de abelha, afirma pesquisa


81 Agrotóxicos são uma ameaça para colônias de abelha, afirma pesquisa
Os agrotóxicos contaminam o néctar que as abelhas costumam se alimentar. Foto: sxc.hu

Os agrotóxicos são os novos vilões das abelhas. Segundo biólogos da Universidade da Califórnia, em San Diego, uma pequena dose da substância pode afetar a sobrevivência de toda a colônia.
O resultado da pesquisa foi divulgado essa semana, na revista científica “Journal of Experimental Biology” e mostrou que o contato das abelhas com agrotóxicos usados em plantações, diminui o apetite dos insetos, além de reduzir a habilidade de recrutar as companheiras para encontrar bons restos de comida.
Para os pesquisadores, o principal suspeito na queda da população das abelhas é chamado de “inseticida imidacloripe”. A equipe testou a ação de uma pequena dose do inseticida nas abelhas, na mesma quantidade do néctar que ela costuma se alimentar, e observou que o apetite delas mudou completamente.
Os estudiosos ainda detectaram que o contato com o agrotóxico afetou o sistema de comunicação das abelhas.
“A exposição ao agrotóxico considerado seguro pode afetar negativamente a saúde das colônias de abelhas”, afirmou ao G1, James Nieh, professor de biologia da Universidade de San Diego, e um dos autores do estudo.
A redução das abelhas é preocupante devido seu importante papel de polinização, que contribui na preservação da vida vegetal e também na manutenção da variabilidade genética.

Rio+20, somente semear para o futuro


12 Rio+20, somente semear para o futuro

Uxbridge, Canadá, 29/5/2012 – Fonte IPS por Stephen Leahy

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) servirá apenas de terreno onde se tentará cultivar as ideias e os valores que a humanidade necessita para o Século 21. Contudo, ninguém espera, ou mesmo deseja, um grande tratado internacional sobre desenvolvimento sustentável, lamentou Manish Bapna, presidente interino da organização ambientalista internacional World Resources Institute, com sede em Washington.
“O importante acontecerá de forma paralela às negociações formais”, disse Bapna à IPS. Porém, “pode haver alguns esperançosos compromissos específicos” dos países na Rio+20, acrescentou. Talvez, seu resultado mais importante seja acabar com o errôneo conceito de que proteger o meio ambiente vai contra o crescimento econômico, quando, na realidade, ocorre o contrário, destacou Bapna. Sem um meio ambiente saudável e funcionando a humanidade perde os benefícios de “produtos gratuitos”: ar, água, terras de cultivo e clima estável.
Para Bapna, “um dos principais obstáculos para o futuro é que funcionários de muitos países acreditam que avançar em um caminho mais sustentável implica um custo demasiadamente alto”. Ele espera que a Rio+20 gere um “novo discurso”, com maior compreensão de que uma economia baixa em carbono e eficiente em termos de recursos pode também aliviar a pobreza e gerar empregos.
Espera-se que ao menos 50 mil pessoas participem de centenas de atividades na Rio+20, entre elas mais de 130 líderes mundiais, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os primeiros-ministros Manmohan Singh, da Índia, e Wen Jiaboa, da China. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não confirmou sua presença no encontro, que acontece 20 anos depois da Cúpula da Terra.
Aquela reunião, também no Rio de Janeiro, deu à luz três importantes tratados sobre meio ambiente, mudança climática, biodiversidade, degradação de terras e desertificação. Porém, em quase todas essas categorias a situação piorou desde 1992. Apenas poucos países, como a Alemanha, entendem a necessidade ambiental e econômica de optar por um caminho mais sustentável, afirmou Bapna. “Esse país realiza o esforço individual mais importante do mundo para combater a mudança climática e reduzir o carbono em sua economia”, ressaltou.
A Alemanha está comprometida em duplicar sua produtividade energética e de recursos até 2020, o que gerará novos empregos e fortalecerá sua competitividade em um mundo com cada vez menos e mais caros recursos. Aproximadamente 22% da energia da Alemanha procede de fontes renováveis, e sua meta é alcançar 35% até 2020, e 80% até 2050. Para isto, realiza grandes esforços na melhoria da eficiência energética
O consumo de água potável, petróleo e cobre caminha para ser triplicado até 2050, segundo informe da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2001. O problema é que não restam recursos suficientes no planeta para sustentar este ritmo. A Rio+20 precisa atrair as pessoas com uma nova “história” sobre o imperativo de viver de forma sustentável, com exemplos de como podem ser criados novos mercados e empregos verdes, apontou Bapna.
Enquanto isso, as negociações oficiais da Rio+20 vão tão mal que foram acrescentadas mais sessões. As delegações negociam o chamado “rascunho zero”, onde se procura estabelecer um mapa do caminho para o crescimento sustentável e no qual esteja previsto o estabelecimento de uma série de metas. Porém, como todos os acordos da ONU, cada palavra necessita de uma aprovação unânime de todas as nações, o que é extremamente difícil.
“Reconhecemos que não podemos continuar queimando e consumindo nossa forma de prosperidade. Entretanto, não adotamos a solução óbvia. A única solução possível, hoje como há 20 anos, é o desenvolvimento sustentável”, disse em uma declaração o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Também admitiu que as negociações seguem “dolorosamente lentas”, e interveio pessoalmente para acrescentar outra semana de conversações, exortando os países a olharem além de seus interesses nacionais. Segundo Ban Ki-moon, o Rio de Janeiro “oferece uma oportunidade geracional para acionar o botão de reinício, para fixar um novo curso rumo ao futuro que equilibre as dimensões econômica, social e ambiental da prosperidade e do bem-estar humanos”.
Faltando menos de 30 dias para o encontro de alto nível, ainda não “há uma definição acordada do que é economia verde”, alertou Craig Hanson, diretor do Programa de População e Ecossistemas do Instituto de Recursos Mundiais. Há um crescente consenso sobre a necessidade de um crescimento e um desenvolvimento verdes, mas a população em geral não sabe exatamente o que isto significa.
A Alemanha oferece um exemplo com seus esforços de energia limpa, que criaram 370 mil empregos, indicou Hanson à IPS. Outro exemplo é o êxito de Níger em reverter a desertificação na zona do Sahel, acrescentou. As negociações sobre como obter economias mais verdes são uma batalha, pois muitos países colocam seus interesses nacionais acima dos interesses do planeta e das futuras gerações, observou.
Reduzir gradualmente os milhões de dólares que os governos investem em subsídios anuais para combustíveis fósseis seria um caminho ideal, mas não está claro se as nações estão dispostas a isso, opinou Bapna. “Repetirão suas antigas promessas ou assumirão firmes compromissos no Rio? Simplesmente não sabemos”, afirmou. O mundo mudou desde 1992. As coisas são muito menos previsíveis. Não há uma visão ecológica única para todos os países. “O que sabemos é que esta é uma década crítica. O mundo necessita de compromissos no curto prazo para atuar”, concluiu.

Conheça todos os 12 vetos ao novo Código Florestal



51 Conheça todos os 12 vetos ao novo Código Florestal
Os ministros anunciaram vetos em 12 itens e 32 modificações no texto do Código Florestal, feitos pela presidenta Dilma Rousseff, na última semana. Foto: José Cruz/ABr

Impedir a anistia a quem desmatou e proibir a produção agropecuária em áreas de proteção permanente (APPs) foram alguns dos principais objetivos da presidenta Dilma Rousseff ao vetar parte do novo Código Florestal na sexta-feira, 25 de maio. Os vetos de 12 artigos resgatam o teor do acordo firmado entre os líderes partidários e o governo durante a tramitação da proposta no Senado.
O Artigo 1º, que foi modificado pelos deputados após aprovação da proposta no Senado, foi vetado. Na medida provisória (MP) publicada hoje (28) no Diário Oficial da União, o Palácio do Planalto devolve ao texto do Código Florestal os princípios que haviam sido incorporados no Senado e suprimidos, posteriormente, na segunda votação na Câmara. A MP foi o instrumento usado pelo governo para evitar lacunas no texto final.
Também foi vetado o Inciso 11 do Artigo 3º da lei, que trata das atividades eventuais ou de baixo impacto. O veto retirou do texto o chamado pousio: prática de interrupção temporária de atividade agrícolas, pecuárias ou silviculturais, para permitir a recuperação do solo.
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Artigo 61 previa a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008 - o governo vetou. Foto: leoffreitas

Recebeu veto ainda o Parágrafo 3º do Artigo 4º que não considerava área de proteção permanente (APP) a várzea (terreno às margens de rios, inundadas em época de cheia) fora dos limites estabelecidos, exceto quanto houvesse ato do Poder Público. O dispositivo vetado ainda estendia essa regra aos salgados e apicuns – áreas destinadas à criação de mariscos e camarões.
Foram vetados também os parágrafos 7º e 8º. O primeiro estabelecia que, nas áreas urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural que delimitem as áreas das faixas de passagem de inundação (áreas que alagam na ápoca de cheia) teriam sua largura determinada pelos respectivos planos diretores e pela Lei de Uso do Solo, ouvidos os conselhos estaduais e municipais do Meio Ambiente. Já o Parágrafo 8º previa que, no caso de áreas urbanas e regiões metropolitanas, seria observado o dispositivo nos respectivos planos diretores e leis municipais de uso do solo.
O Parágrafo 3º do Artigo 5º também foi vetado. O dispositivo previa que o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial poderia indicar áreas para implantação de parques aquícolas e polos turísticos e de lazer em torno do reservatório, de acordo com o que fosse definido nos termos do licenciamento ambiental, respeitadas as exigências previstas na lei.
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APP em Minas Gerais. Parágrafo 3º do Artigo 4º desconsiderava área de proteção permanente (APP) a várzea (terreno às margens de rios, inundadas em época de cheia) fora dos limites estabelecidos, exceto quanto houvesse ato do Poder Público. Foto: Paula FJ

Já no Artigo 26, que trata da supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo tanto de domínio público quanto privado, foram vetados o 1º e 2º parágrafos. Os dispositivos detalhavam os órgãos competentes para autorizar a supressão e incluía, entre eles, os municipais do Meio Ambiente.
A presidenta Dilma Rousseff também vetou integralmente o Artigo 43. Pelo dispositivo, as empresas concessionárias de serviços de abastecimento de água e geração de energia elétrica, públicas ou privadas, deveriam investir na recuperação e na manutenção de vegetação nativa em áreas de proteção permanente existente na bacia hidrográfica em que ocorrer a exploração.
Um dos pontos que mais provocaram polêmica durante a tramitação do código no Congresso, o Artigo 61, foi vetado. O trecho autorizava, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.
Também foram vetados integramente os artigos 76 e 77. O primeiro estabelecia prazo de três anos para que o Poder Executivo enviasse ao Congresso projeto de lei com a finalidade de estabelecer as especificidades da conservação, da proteção, da regeneração e da utilização dos biomas da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga, do Pantanal e do Pampa. Já o Artigo 77 previa que na instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente seria exigida do empreendedor, público ou privado, a proposta de diretrizes de ocupação do imóvel.
A MP que complementa o projeto, publicada nesta segunda-feira (28), vale por 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 dias – ela ainda será votada pelo Congresso.

Desperdícios do crescimento desordenado do Brasil

21 Desperdícios do crescimento desordenado do Brasil
Canal em construção no Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco. Foto: Mario Osava/IPS



Rio de Janeiro, Brasil, 29/5/2011 – Fonte IPS por Mario Osava

Sabe-se que na China há cidades vazias, recém-construídas para milhões de habitantes que não aparecem. No Brasil, existem inúmeros grandes projetos com atrasos de anos, incompletos ou ameaçados de ficarem inconclusos. Além das numerosas obras de infraestrutura energética e logística exigidas pela expansão econômica do país, a Copa do Mundo de Futebol, que o Brasil sediará em 2014, impõe a construção ou reforma de estádios e melhorias na mobilidade urbana de 12 cidades.
A gigantesca hidrelétrica de Santo Antônio, no amazônico Rio Madeira, começou a funcionar no final de março, mas sem a linha que levará sua eletricidade ao local de maior demanda, o Estado de São Paulo, que estará concluída no final deste ano. A hidrovia do Rio Tocantins, uma saída natural para o Oceano Atlântico para a produção de grãos e minerais do eixo centro-norte do Brasil, obteve no ano passado eclusas para que grandes navios possam transpor a barreira de Tucuruí, a terceira maior hidrelétrica do mundo. O custo subiu para cerca de US$ 830 milhões.
No entanto, o Tocantins “continua inviável” para transporte de grandes cargas, porque não foi feita uma intervenção muito mais barata: retirar as rochas do Pedral de Lourenço, que se estendem por 43 quilômetros do rio, curso acima de Tucuruí, afirmou Renato Pavan, sócio da Macrologística, empresa especializada em estratégias de transporte. Estima-se que as eclusas, neste caso, teriam custado metade do preço final se tivessem sido feitas durante a construção da hidrelétrica, concluída em 1984. Contudo, teriam ficado ociosas durante 28 anos por falta de demanda de navios de grande porte, e continuarão assim por um longo tempo, por outras razões.
Completar a hidrovia exige “um mínimo de cinco anos”, porque, além de erradicar o Pedral, será preciso construir portos e dragar trechos do rio. Estas obras exigem investimentos que não estão nas prioridades governamentais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lamentou o engenheiro Pavan, que há três décadas trabalha em infraestrutura de transportes.
Nos últimos anos, governo e empresas multiplicaram hidrelétricas, portos, estradas e ferrovias, em construção por todo o país. Algumas destas obras registram atrasos superiores a quatro anos, enquanto os empresários se queixam de que o país vive à beira de um colapso chamado de “apagão logístico”. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que unirá o centro do país à costa atlântica da Bahia, ao longo de 1.500 quilômetros e cruzando terras de grãos e minérios, já tem três anos de atraso, que tendem a se prolongar porque o porto de destino continua indefinido e ameaçado por um veto devido a questões ambientais.
De 155 centrais hidrelétricas e termoelétricas licitadas a partir de 2004 e cujas datas previstas de operação chegavam até o ano passado, 72 registraram atraso médio de um ano, segundo o Instituto Acende Brasil, um observatório do setor. Há usinas que não funcionam porque não contam com fornecimento de gás natural. As geradoras elétricas se tornaram prioritárias após o apagão de 2001, que provocou racionamento, campanhas de economia de consumo e a ressurreição de megaprojetos suspensos desde a década de 1980. É o caso da central de Belo Monte, que será a maior hidrelétrica do mundo e que está sendo construída no Rio Xingu, na Amazônia oriental.
Nas duas “décadas perdidas” de 1980 e 1990, as crises financeiras travaram o crescimento da economia brasileira e, por extensão, paralisaram a demanda energética, deixando de lado os planos de infraestrutura que exigem uma maturação de longo prazo. Agora, tenta-se recuperar essas décadas perdidas enfrentando novas exigências ambientais e conflitos com ambientalistas, indígenas e movimentos sociais, além de outras disputas.
Também há falta de mão de obra qualificada, e inclusive a menos capacitada também escasseia e fica mais cara, diante da oferta de empregos abundantes mesmo em áreas que antes exportavam força de trabalho barata, como o empobrecido Nordeste do país. As greves se repetem e as reclamações incluem mais dias livres para visitas a familiares de operários que chegam de longe, além de melhores salários.
Assim, a capacitação de trabalhadores locais se impôs aos grandes projetos, embora não evite uma intensa rotatividade. Pela construção da hidrelétrica de Santo Antônio “passaram mais de 50 mil operários”, o triplo dos que havia no momento de apogeu da obra, destacou Altair Donizete Oliveira, vice-presidente do Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil do Estado de Rondônia.
No Nordeste, que vive uma onda de industrialização, um engenheiro, que pediu para não ser identificado, afirmou que sua empresa conta com 500 empregados, “mas precisa de 2.500” para construir no ritmo desejado o trecho que lhe corresponde na transposição do Rio São Francisco, imenso projeto para levar mais água a essa região semiárida. Planejada para ser inaugurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), dificilmente estará pronta ao final do mandato de Dilma Rousseff, em 1º de janeiro de 2015. Vários dos 15 trechos em que a obra foi dividida estão paralisados.
O projeto para desviar as águas do Rio São Francisco, que consiste em dois canais a céu aberto, com largura média de 25 metros, túneis, represas e aquedutos ao longo de 713 quilômetros de um relevo ondulado, realça os problemas da multiplicação de obras gigantescas. Seu custo total quase duplicou, e hoje é estimado em cerca de US$ 4 bilhões. Os atrasos e as interrupções tendem a torná-lo ainda mais caro.
Par agravar o cenário, o escândalo de corrupção envolvendo vários dirigentes políticos com negócios do bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, ameaça paralisar dezenas de projetos prioritários, inclusive um dos trechos da transposição. Isto porque a construtora Delta, estreitamente ligada a Cachoeira, participa em cerca de 200 obras, na maioria licitadas pelo governo, que incluem estradas, estádios de futebol, portos e serviços de coleta de lixo urbana. Substituir a empresa nos projetos pode desatar batalhas judiciais e agravar os atrasos.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mobilização cobra veto total ao Novo Código Florestal


Representantes de movimentos sociais, ONGs, estudantes, cientistas e personalidades aderiram à campanha #VetaTudoDilma, que visa alertar sobre o perigo que a sociedade corre se a presidente Dilma Rousseff sancionar o projeto do novo Código Florestal, mesmo que partes dele sejam vetadas.
 “A mudança dessa lei vai afetar a todos, independente de onde moram. É uma lei para o Brasil e não para ambientalistas ou ruralistas”, destaca Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.
A mobilização, que contou com a presença do ator Victor Fasano e do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), foi organizada pela Fundação SOS Mata Atlântica com apoio dos comitês em Defesa das Florestas nacional e paulista, coalizões formadas por centenas de organizações da sociedade civil brasileira.
Para o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a aprovação do Código Florestal vai na contramão da opinião pública.
“Com a Avaaz (comunidade de mobilização online), chegamos a 1,8 milhão de assinaturas contrárias a esta aprovação. Portanto, a mobilização deste domingo não é geograficamente localizada, é uma campanha nacional e internacional, uma atitude de cidadania.” Mantovani ressalta que o montante de assinaturas ultrapassa o da Lei da Ficha Limpa.
Para assinar a petição online que pede o veto da presidente, basta clicar aqui.
O texto que destroça a legislação ambiental brasileira passou pela aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado sob forte influência da bancada ruralista, interessada no perdão de multas milionárias, na desobrigação de recuperação de áreas desmatadas e no retrocesso de muitas áreas legalmente protegidas.
A presidenta Dilma Rousseff tem até o próximo dia 25 para se manifestar pela sanção ou veto, total ou parcial, do projeto.
Segundo juristas, o projeto de lei quebra acordos internacionais assinados pelo Brasil, como as convenções sobre mudanças climáticas e biodiversidade, além de ignorar o 'Princípio da Precaução'.
Viva a Mata

Os manifestantes saíram do Monumento às Bandeiras e seguiram pelo Parque Ibirapuera, que recebeu de 18 a 20 de maio a oitava edição do Viva a Mata, maior evento brasileiro em prol da Mata Atlântica. Um dos cinco hotspots de biodiversidade mais ameaçados no mundo, a Mata Atlântica terá a sua recuperação colocada em risco se as mudanças no código florestal avançarem.

Durante o Viva a Mata foram discutidos mecanismos para a preservação dos remanescentes do bioma, como a criação de Reservas Naturais do Patrimônio Natural (RPPN) e esquemas de Pagamentos por Serviços Ambientais.

Os ecossistemas marinhos também ganharam uma atenção especial no evento, já que menos de 1% destes ricos hábitats estão sob alguma forma de proteção no Brasil apesar de cientistas estimarem que seria preciso a preservação de entre 10% e 20% para a manutenção saudável dos estoques pesqueiros.

O Viva a Mata fechou dando a sua contribuição para as discussões sobre a Rio +20,quando especialistas veteranos na questão da sustentabilidade concordaram que o caminho para o sucesso da conferência é a pressão popular.

EUA impõe tarifas sobre produtos solares chineses



No final de 2011, sete fabricantes de células e painéis fotovoltaicos dos Estados Unidos pediram o estabelecimento de taxas de mais de 100% sobre as importações da China, uma vez que as companhias chinesas estariam praticando preços inferiores aos do mercado internacional por receberem subsídios ilegais.
No decorrer dos meses seguintes, troca de acusações marcaram a relação entre os dois países. Em março deste ano, o Departamento do Comércio dos EUA (DOC) chegou a impor taxas sobre os artigos chineses, que variavam entre 2,9% e 4,73%. O que parece não ter sido suficiente, já que nesta quinta-feira (17), o mesmo DOC resolveu elevar as taxas para até 250% em alguns casos.
Uma decisão final ainda deve ser tomada, com as tarifas podendo ser ainda mais elevadas. Porém, o anúncio animou as empresas norte-americanas, que viram suas ações subirem até 10%.
“Medidas planejadas como esta podem ajudar a enfraquecer o controle ilegal da China sobre o mercado solar e vai preservar os empregos nos Estados Unidos”, afirmou Gordon Brinser, presidente da SolarWorld Industries America Inc. e líder da Coalizão para a Fabricação Solar Americana (CASM).
De acordo com o DOC, as tarifas firmadas são de 31,14% para a Trina, 31,22% para a Suntech e 31,18 para outros fabricantes chineses que voluntariamente decidiram participar da investigação. Já para as companhias que não quiseram divulgar seus dados a taxa é de 250%. As tarifas são retroativas e afetarão painéis importados nos últimos 90 dias.
“Respeitar as regras do mercado é fundamental e esta medida pode ser considerada como um passo para combater as múltiplas, massivas e ilegais violações da China ao comércio internacional. Está mais que provado que os chineses não estão competindo, estão trapaceando. Se quisermos possuir uma indústria nacional, precisamos garantir ferramentas como estas tarifas para estabelecer condições justas de competição com países que utilizam subsídios imensos para derrubar seus preços”, declarou o senador democrata Sherrod Brown.
Devido à invasão das empresas chinesas, os preços de painéis fotovoltaicos caíram mais de 50% desde o começo de 2011, o que provocou a falência de diversas empresas nos EUA e na Europa, incluindo gigantes como a Solyndra.
Atualmente, os EUA consomem 20% do total de vendas de painéis produzidos por companhias chinesas, que controlam mais de 60% do mercado global.
Reações
Apesar de o anúncio das tarifas já ser esperado, o rigor da medida veio como uma surpresa desagradável. Porém, o governo chinês não divulgou ainda nenhum tipo de retaliação.
“A decisão não é justa e estamos extremamente preocupados. Ao deliberadamente provocar essa fricção no comércio do setor de energias limpas, os Estados Unidos estão enviando ao mundo um sinal negativo de protecionismo”, afirmou Shen Danyang, porta-voz do Ministério de Comércio da China.
“Acreditamos que essas medidas prejudicam a cooperação entre a China e os Estados Unidos nos setores de energias limpas e renováveis, e também são ruins para os interesses norte-americanos”, disse Hong Lei, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês.
Esse mesmo tom conciliatório é visto nas declarações de empresários e de defensores do estímulo às fontes renováveis.
“Todas as companhias da indústria solar querem ver essa guerra comercial acabar. Precisamos de mais competição e inovação, não disputas jurídicas”, afirmou Andrew Beebe, chefe comercial da Suntech.
“A indústria solar pede que os governos norte-americano e chinês comecem imediatamente a trabalhar em prol de uma solução satisfatória para esse conflito(...)Disputas dentro de um segmento do setor podem acabar afetando toda a indústria. É preciso lembrar que as empresas norte-americanas têm bilhões de dólares em investimentos na produção de outros equipamentos solares, mercadorias destinadas principalmente para a exportação, inclusive para a China”, alertou Rhone Resch, presidente da Associação das Indústrias de Energia Solar.

Degradação de ervas marinhas pode emitir grande quantidade de CO2 na atmosfera



Dois novos estudos apresentados nos periódicos Nature Climate Change e Nature Geoscience revelam na última semana (20) a importância da vegetação marinha para a absorção de gases do efeito estufa (GEEs) da atmosfera e ressaltaram que muitas toneladas de carbono podem ser liberadas se essa vegetação continuar sendo devastada.
A primeira pesquisa, divulgada no Nature Geoscience, indica que os ecossistemas de ervas marinhas armazenam tanto carbono por hectare quanto a vegetação terrestre, ou cerca de 40% do carbono estocado anualmente por vegetações costeiras.
De acordo com a análise, que reúne dados novos e antigos de 946 locais de flora aquática de todo o mundo, a vegetação marinha captura aproximadamente 27, 4 milhões de toneladas de carbono anualmente, estocando-o no solo dos oceanos. E o contrário das árvores terrestres, que armazenam o carbono por cerca de 60 anos e o liberam quando morrem, os ecossistemas marinhos capturam e estocam continuamente o carbono desde a última Era Glacial.
Isso significa que entre 4,2 bilhões e 8,4 bilhões de toneladas de carbono estão atualmente estocadas na flora aquática, e que a capacidade de armazenamento desta vegetação é de cerca de 19,9 bilhões de toneladas de carbono.
No entanto, com a atual taxa de degradação dos ecossistemas marinhos, avaliada pelo estudo como sendo atualmente de 1,5% ao ano (e que totaliza 29% no último século), essa importante fonte de armazenamento de carbono corre grande risco. Segundo a pesquisa, se esse índice de destruição se mantiver, a cada ano serão lançadas na atmosfera 299 milhões de toneladas de carbono.
“Esses são números assustadores. Eles nos colocariam em situações extremas do efeito estufa muito rapidamente. Realmente parece que vai haver uma situação crítica para muitos destes ambientes”, observou Gary Kendrick, coautor da análise da Universidade do Oeste da Austrália.
E, infelizmente, essa condição de devastação das ervas marinhas parece estar sendo confirmada. É o que indica o estudo publicado na Nature Climate Change, realizado com a erva marinha Posidonia oceanica, endêmica do Mar Mediterrâneo.
Conforme a pesquisa, essa erva, que captura dez vezes mais carbono do que outras espécies, poderá estar extinta até a metade do século. A preocupação é ainda maior quando se leva em conta que, segundo a análise, essa espécie absorve até 89% do total de CO2 emitido por todos os países mediterrâneos desde a Revolução Industrial.
 “Destrua-as e vamos liberar muito carbono que estava sequestrado e preso por um período muito grande de tempo”, alertou Peter Ralph, da Universidade Tecnológica de Sydney.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Brigitte Bardot propõe ser presa no lugar do Paul Watson


Foto: AFP Atriz francesa expressou publicamente seu apoio à Sea Shepherd
A atriz francesa Brigitte Bardot se mostrou "escandalizada" pela prisão do fundador da ONG Sea Shepherd, Paul Watson, e propôs ser detida no lugar do ambientalista.
"Sempre apoiei Paul Watson", disse Brigitte em comunicado, no qual enfatizou que o ativista - conhecido como "justiceiro dos mares" - "faz um trabalho indispensável que os governos não fazem".
O ambientalista canadense, sobre o qual pesa um mandado internacional de prisão e extradição lançado pela Costa Rica, foi detido no último domingo em sua chegada ao aeroporto alemão de Frankfurt.
Ele é acusado de violação do tráfego marítimo em águas guatemaltecas por ameaçar e atacar com um canhão um navio da Costa Rica em 2002.


Watson foi antigo membro do Greepeace, organização que abandonou por considerar seus métodos "brandos demais".
Não é a primeira vez que a atriz francesa expressa publicamente seu apoio à Sea Shepherd. Em 2011, Brigitte deu seu nome a um dos navios da organização utilizado para perseguir embarcações que caçam baleias.

Dois militantes de Greenpeace são detidos em frente à sede da Apple

Dois militantes do Greenpeace foram presos na terça-feira em frente à sede da Apple na Califórnia (oeste dos Estados Unidos) durante uma intervenção para denunciar a "energia suja" que usa a empresa para alimentar seus centros de dados.
Os militantes se fecharam em uma espécie de cápsula gigante branca, de 2,5 metros de altura, instalada em frente à sede da firma em Cupertino.

O Greenpeace confirmou a detenção de dois de seus membros pela polícia, mas não pode dizer quais são as acusações contra eles.
Antes da prisão, os militantes difundiram mensagens gravadas que pedem a Apple para recorrer a "energias limpas" para abastecer seus "centros digitais" em que estão armazenados, entre outros, os dados da nuvem (iCloud). Esta nuvem virtual permite gerar através da internet dados armazenados em servidores distantes.
O Greenpeace acusa a Apple de usar eletricidade produzida com carbono, um procedimento considerado contaminante, para fazer os centros de dados funcionarem.
"Até agora, os responsáveis da Apple ignoraram centenas de milhares de pessoas que pediram para usar sua influência para instalar uma 'nuvem' que funcione graças a fontes de energia renováveis", destacou o diretor de Greenpeace para os Estados Unidos, Phil Radford.
A Apple rejeitou estas acusações, explicando que a eletricidade usada por seu novo centro de dados localizado na Carolina do Norte (sudeste dos Estados Unidos) será, no futuro, procedente em 60% de energias renováveis.

São Paulo tem só 2,6 metros quadrados de verde por pessoa


Foto: Mauricio Camargo/Futura Press Ibirapuera: Apesar de ter a segunda maior área de Mata Atlântica do País , São Paulo tem resultado geral menor do que Curitiba com 64,2 metros quadrados por cidadão
A mancha urbana de São Paulo tem 2,6 metros quadrados, em média, de área verde pública de lazer - que engloba praças e parques - por pessoa, segundo estudo da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. A média geral já é considerada baixa por especialistas, mas alguns bairros, na região central e na periferia, enfrentam paisagens ainda mais cinzentas. Mesmo com a maior área de mata da cidade, Parelheiros, por exemplo, tem 0,29 metros quadrados de praças e parques por habitante, pior resultado.

Para medir o verde da cidade, a Prefeitura usa dois índices diferentes. No primeiro, composto apenas por áreas públicas que podem ser frequentadas pela população, a capital deixa a desejar. O segundo, que inclui grandes áreas de preservação ambiental fora do perímetro urbano e nos extremos da cidade, como as Serras do Mar e da Cantareira, é de 12,5 metros quadrados de área verde por pessoa, atingindo a meta internacional de 12 metros quadrados por habitante.

Apesar de ter a segunda maior área de Mata Atlântica do País (atrás de Santa Catarina), São Paulo tem resultado geral menor do que Curitiba, por exemplo, com 64,2 metros quadrados por cidadão.

Os critérios de medição criam polêmica entre os especialistas. "O problema de São Paulo é distribuição espacial de cobertura vegetal, com índices bons em áreas rurais e em bairros como Pacaembu e Jardim Europa, e baixíssimos no centro", afirma a geóloga Patrícia Sepe, do Departamento de Planejamento Ambiental da Secretaria do Verde.

A Mooca, na zona leste, por exemplo, é um dos locais que apresentam situação crítica. Lá, o índice de verde por habitante é de 0,35 metros quadrados. Como na maioria da cidade, a falta de planejamento é responsável pelo excesso de concreto.

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

MP que altera áreas ambientais pode ser votada amanhã pelo Plenário


Ernesto de Souza
A Medida Provisória 558/12, que modifica os limites de sete unidades federativas, é o destaque na votação do Plenário nesta terça-feira (15/5), conforme acordo feito na semana passada. Além desta, outras duas MPs (556/11 e 557/11) perdem a vigência no dia 31 deste mês e também precisam ser votadas pelo Senado.

Na semana passada, o relator da MP 558, deputado Zé Geraldo (PT-PA), apresentou um projeto de lei de conversão com duas emendas à MP. Um delas exclui 12 mil hectares da Floresta Nacional do Tapajós para regularizar ocupações. A outra suspende dívidas dos plantadores de cana-de-açúcar do Pará vinculados ao extinto Projeto Agroindustrial Canavieiro Abraham.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, contesta a constitucionalidade da medida no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando qua as alterações nos limites de áreas de preservação ambiental (APAs) só podem ser feitas por meio de projeto de lei.

A medida foi editada pelo governo para solucionar conflitos agrários e viabilizar legalmente usinas hidrelétricas que irão inundar partes das reservas situadas nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Árvores centenárias são chacinadas em bairro paulistano

Plantas foram abatidas pela Prefeitura Municipal com alegação de risco a rede elétrica

por Bruno Blecher
Árvores ficaram literalmente sangrando no chão
Duas árvores centenárias foram abatidas pela Prefeitura Municipal de São Paulo no último sábado no bairro de Vila Mariana. Os tocos ficaram literalmente sangrando no chão.

A alegação da Prefeitura é sempre a mesma — as árvores colocam em risco a rede elétrica. Mas não são as árvores que estão no lugar errado, mas a fiação, que deveria estar debaixo da terra como acontece na maioria das grandes cidades no mundo.

E o Código Florestal? Será que vale apenas para o campo?

Aldeia indígena será montada na cidade


Arquivo Globo Rural
Aldeia indígena será montada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, para a Rio +20
Para interligar conhecimento indígena à tecnologia durante a Rio+20, uma aldeia será montada em plena metrópole. Da Aldeia Kari-Oca, que começa a ser erguida esta semana em Jacarepaguá, na zona oeste, os cerca de mil índios de países como Nigéria, Japão, Canadá e Brasil, esperados para a conferência das Nações Unidas (ONU), trocarão informações com aqueles que ficaram nas aldeias, independentemente das distâncias.

A Kari-Oca será composta de alojamentos, refeitório, cinco tendas para discussões de temas do evento e atividades culturais, além de duas ocas tradicionais de povos do Alto Xingu, que serão erguidas com vigas de madeira trazidas pelos índios. "Vinte guerreiros chegam esses dias para a montagem", contou um dos organizadores, o líder do movimento indígena Marcos Terena.

De acordo com ele, a ideia é fazer uma reedição da Kari-Oca, da Rio 92. O objetivo será influenciar decisões da Rio+20 em três eixos: "a cultura como parte essencial da economia verde, a soberania alimentar no mundo moderno e a sustentabilidade", destacou Terena. Por isso, a aldeia ficará próxima ao centro de convenções, onde ocorrerão os debates oficiais.

Também está na pauta da Kari-Oca, a consulta obrigatória aos índios, por parte do Poder Público, nos casos de instalação de grandes empreendimentos em terras indígenas, como prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O tema é prioritário nos debates que antecedem a conferência da ONU para índios de vários países.

"Queremos ser consultados antes de qualquer programa estatal ou privado nas aldeias", disse Terena. Segundo ele, a garantia da terra é fundamental para sobrevivência dos povos.

Na aldeia urbana, as questões relativas ao meio ambiente e ao combate à pobreza ocorrerão em uma das ocas tradicionais, a Casa da Sabedoria. A outra, batizada Techno-oca, eletrônica, abrigará computadores conectados à internet para uso pessoal e transmissão online das atividades.
"Dessa oca poderemos falar, por exemplo, com os índios Navajo, dos Estados Unidos, que são nossos parceiros. Mostrar o que é a Kari-Oca e conhecer a aldeia deles", exemplificou Terena.

Paralelamente, a Kari-Oca também promoverá atividades diversas como saraus. Uma visita ao bloco de carnaval Cacique de Ramos, na zona norte do Rio, ainda está prevista. Segundo Marcos Terena, a ideia é mostrar para os moradores de Ramos "que eles também tem a ver com a história dos índios". "Historicamente, Ramos, era uma aldeia dos índios Tupinambá", revelou.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Brasil e Argentina se unem para impulsionar a biotecnologia animal

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Embrapa e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul promovem, com o apoio do Centro Brasileiro-Argentino de Biotecnologia (CBAB), o curso “Epigenética na reprodução animal: conceitos e aplicações”, no período de 7 a 18 de maio de 2012, no Campo Experimental Fazenda Sucupira em Brasília, DF. Participam do curso 10 técnicos, incluindo professores, pesquisadores e doutorandos das áreas de Biotecnologia, Genética e Bioinformática da Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai e de diferentes regiões do Brasil.

A epigenética é hoje uma das áreas mais atuantes da pesquisa científica em geral e se baseia no estudo dos mecanismos moleculares por meio dos quais o meio ambiente influencia a atividade genética. O objetivo do curso é fornecer conceitos básicos e informações atuais sobre essa ciência e seu papel na reprodução animal.

A iniciativa é apoiada pelo Centro Brasileiro-Argentino de Biotecnologia - CBAB, um programa de integração regional que tem colaborado para consolidar os laços de cooperação entre o Brasil e a Argentina, ampliando a base do conhecimento, de acordo com as necessidades e prioridades estabelecidas para a biotecnologia nos dois países (http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4935.html).

Para os coordenadores do curso, o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Maurício Franco, e a professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Fabiana Sterza, o curso vai contribuir para a formação de novos cientistas, além de qualificar especialistas de diferentes áreas de pesquisa em epigenética aplicada à reprodução animal.

Franco lembra ainda que esta capacitação se alinha às diretrizes da Embrapa de formar parcerias para transferir conhecimentos e tecnologias à sociedade.

Participam também da equipe técnica do curso: Margot Dode (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia); Evelyn Andrade (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul); Marcelo Seneda (Universidade Estadual de Londrina, PR); Rafael Martin (Departamento de Producción Animal da Facultad Agronomía, Universidad de Buenos Aires) e Flavia Lombardi (Universidade Estadual Paulista, UNESP/FCAV, Jaboticabal, SP).

Mais informações sobre o curso podem ser encontradas na página da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia pelo endereço: http://www.cenargen.embrapa.br/cursos/2012/curso_epigenetica_reproducao_animal.html

Ministério anuncia expansão do programa de aquisição de alimentos

Segundo secretária, esse montante equivale a 10% do total de agricultores familiares do País. O objetivo é atender os mais pobres, que estão inseridos no Plano Brasil sem Miséria. São famílias com renda mensal de até R$ 70 por pessoa e que fazem parte de comunidades quilombolas e indígenas, assentados do programa de reforma agrária, entre outros.

Para atingir a meta, estão sendo feitos termos de adesão com estados e municípios, que são instrumentos mais simples que os convênios. A ideia é que existam metas variadas, como as ligadas à quantidade de produtos orgânicos e à participação feminina na produção.

O deputado Zé Silva (PDT-MG), presidente da subcomissão, alertou para a necessidade de fazer uma transição para esse novo sistema de pagamentos com os termos de adesão para que nenhum agricultor familiar seja prejudicado. A secretária concordou.

Governo poderá criar linha de crédito para estocagem de etanol




Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr 
 
Projeto de Lei de Conversão foi votado nesta quarta-feira (9/5) no Plenário
O Plenário aprovou nesta quarta-feira (9/5) o Projeto de Lei de Conversão, de autoria do deputado Heleno Silva (PRB-SE), para a Medida Provisória 554/11, que permite ao governo criar uma linha de crédito para a estocagem de etanol com recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis).

A MP permite ainda equiparar as taxas de juros para empréstimos do Programa Nacional de Microdrédito Produtivo Orientado (PNMPO), que visa a geração de trabalho e renda entre microempreendedores populares.

O texto será analisado pelos deputados. O primeiro destaque pede a aprovação de emenda do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) que determina a distribuição da subvenção do microcrédito por meio de pregão eletrônico.

A emenda prevê também que um dos critérios para eleger o vencedor da concorrência será o maior valor a ser aplicado nesse tipo de crédito, direcionado aos microempreendedores.

Meta ambiental do país deve incluir área privada

JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Agência Estado
 Shutterstock
Ao mesmo tempo em que analisa vetos ao Código Florestal para reestabelecer a exigência de recomposição da vegetação às margens de rios - derrubada parcialmente pela Câmara no mês passado -, a presidente Dilma Rousseff autorizou incluir as Áreas de Preservação Permanente (APPs) das propriedades na contabilidade das metas de biodiversidade, que o Brasil se comprometeu atingir até 2020.

A decisão valoriza as áreas de proteção nas propriedades privadas. E dá um sinal aos produtores rurais de que a exigência de proteger e recuperar a vegetação em seus imóveis poderá reduzir a necessidade de criar mais parques e reservas no país. Atualmente, há 310 Unidades de Conservação (UCs), que reúnem 758 mil km² de áreas protegidas.

A proposta de incluir as áreas de proteção nas propriedades privadas nas metas de biodiversidade foi levada ao Planalto formalmente por entidades que representam o agronegócio. Na conferência de biodiversidade de Nagoya, no Japão, em 2010, o Brasil se comprometeu a conservar a vegetação nativa de pelo menos 17% de cada bioma por meio de parques e reservas.

Em princípio, somente as UCs e as terras indígenas contariam para o alcance das chamadas Metas de Aichi de Biodiversidade, acertadas na reunião de 2010 da Convenção sobre Diversidade Biológica.

"Excluir áreas extremamente relevantes para a biodiversidade somente porque são áreas privadas é desprezar o valor que essas áreas possuem para a conservação da biodiversidade brasileira", diz o documento assinado por 11 entidades que representam o agronegócio e entregue à ministra Gleisi Hoffmann. O documento afirma que as APPs mantidas em propriedades privadas no País somam 570 mil km².

Cálculos do governo estimam que 330 mil km² de áreas de proteção nas propriedades privadas teriam de ser recuperadas em consequência da versão do Código Florestal aprovada pelo Senado em dezembro, com o aval do governo, e em parte derrubada pela Câmara no mês passado.

Setor produtivo
"Não excluo essa hipótese, o Brasil se comprometeu em atingir a meta e discute como fazer isso", adiantou o secretário de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti, que coordena o debate sobre detalhamento das metas.

Na semana que vem, uma reunião da Comissão Nacional de Biodiversidade deve fechar o detalhamento das metas brasileiras. "As metas são perfeitamente alcançáveis e nada obriga que isso aconteça apenas por meio das Unidades de Conservação federais", completou.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, defende que as APPs entrem na contabilidade, mas insiste em que isso não significa um freio à criação de Unidades de Conservação. "O que importa é a conservação da biodiversidade, precisamos ver isso como uma oportunidade e é importante que o setor produtivo se coloque como agente de proteção", disse.

A principal polêmica se concentra nas áreas protegidas na Amazônia. Uma das metas propostas pelo governo prevê que as Unidades de Conservação na Amazônia alcancem 55% do bioma. "Isso significa que, em 2020, 225 milhões de hectares da Amazônia serão protegidos por unidades de conservação", critica documento do agronegócio. Atualmente, as Unidades de Conservação e as terras indígenas na Amazônia somam 155 milhões de hectares.

Uerj recebe inscrições para concurso de vídeos ambientais

  JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Agência Brasil 
 
 
João Marcos Rosa
Aproveitando a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) lançou neste domingo (6/5) um concurso de vídeos sobre questões ambientais.

A partir do tema Meio Ambiente e Desenvolvimento no Século 21, qualquer pessoa acima de 12 anos pode participar do 1º Festival Curta na Uerj. Os vídeos devem ser inscritos até o dia 28 de maio.

Com uma câmera fotográfica, até mesmo um celular ou um aparelho de MP3 será possível fazer um vídeo sobre lixo, energia renovável, água, ocupação do solo, educação ambiental, entre outros temas relacionados ao desenvolvimento sustentável. Os três primeiros colocados ganham um netbook, um tablet e uma máquina fotográfica digital.

Os vídeos devem ter entre um e 15 minutos de duração, em qualquer modalidade - documentário, videoclipe, animação, videoarte, entre outros.

Mais informações
www.tvuerj.com.br

terça-feira, 8 de maio de 2012

Governador decreta emergência em 170 municípios da PB devido à seca



Estiagem afeta 60% das cidades da Paraíba (Foto: Reprodução/Tv Paraíba)
Entre as cidades afetadas pela seca estão Campina Grande, Patos e Sousa.
Com decreto, liberação de recursos federais deve ser agilizada.

O governador da Paraíba Ricardo Coutinho decretou situação de emergência em 170 municípios atingidos pelos efeitos da seca ano no estado, nesta segunda-feira (7). O número corresponde a aproximadamente 76% das cidades paraibanas.

Segundo a assessoria do Governo do Estado, o decreto vai ser publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (8) e tem como objetivo agilizar a liberação de recursos federais nas áreas de abastecimento e apoio aos agricultores que perderam suas plantações.

A medida teve como base pareceres da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) e da Defesa Civil do Estado, que demonstram o baixo nível de chuvas na região do semiárido paraibano. Entre as grandes cidades que decretaram situação de emergência estão Campina Grande, Patos e Sousa.

Ricardo Coutinho manifestou sua preocupação com os efeitos da seca na Paraíba, como a falta d'água para consumo humano e animal e prejuízos à agricultura e pecuária do Estado. Ele ressaltou que o governo, com apoio federal, tem contribuído com construção de cisternas, barreiros e sistemas simplificados d'água.

"São mais de 2,6 milhões de paraibanos atingidos pela seca. Essa situação requer o máximo de esforços do Governo do Estado e prefeitos, para que consigamos reduzir os efeitos ocasionados pela escassez de chuvas para as pessoas, a agricultura e a pecuária. Alertei os prefeitos para a necessidade de decretarem situação de emergência, caso contrário, as pessoas não terão acesso a benefícios como o Bolsa Estiagem, o crédito agrícola ou a alimentação animal", destacou.

O decreto estabelece que a situação de emergência é válida apenas para áreas dos municípios comprovadamente afetados pela estiagem. Segundo o decreto, os órgãos de Sistema Nacional de Defesa Civil, sediados dentro e fora do território paraibano, ficam autorizados a prestar apoio suplementar aos municípios afetados pela seca mediante prévia articulação e integração com a Gerência Executiva Estadual de Defesa Civil.

Ainda segundo o decreto, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens e serviços necessários às atividades de resposta ao desastre natural, como locação de máquinas e equipamentos, de prestação de serviços e obras relacionadas com a reabilitação do cenário atingido pela seca.

Operação Ágata 4 desativa garimpos ilegais em áreas indígenas de Roraima


 JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Portal Amazônia por Emmily Melo


BOA VISTA – Em cinco dias de ação, a Operação Ágata 4, deflagrada na última quarta-feira (02), pelo Ministério da Defesa e as Forças Armadas, com apoio de órgãos federais e ambientais, desativou dois garimpos ilegais nas regiões indígenas em Roraima e duas madeireiras no sul do estado.
Foto: 1ª Brigada de Infantaria de Selva

Com patrulhamento de 8 mil militares entre os limites de fronteira do Brasil e a Venezuela, Suriname, Guiana Francesa e Guiana Inglesa, a operação conta com o trabalho de mil homens em Roraima e 100 agentes federais e ambientais.
Na sexta-feira (04), segundo dia de Operação, o Exército desativou um ponto de garimpo ilegal na região de Homoxi, na Reserva Indígena Yanomami. Sete garimpeiros foram detidos e encaminhados para Polícia Federal (PF).
No local, foram encontrados duas balsas e motores para a prática de extração ilegal. Todos os equipamentos foram destruídos. Além da Reserva Yanomami, região de Vila Mutum, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, os  militares também encontraram ponto de garimpo ilegal e prenderam um garimpeiro.
A Operação Ágata 4 em Roraima desarticulou ainda duas madeireiras ilegais na região sul do estado, na Vila Madeira, no município de São Luiz do Anauá. Conforme o general Jaborandy, comandante de 1ª Brigada de Infantaria de Selva Lobo D’ Almada, os procedimentos legais sobre a situação das madeireiras serão tomados pelo Instituto Brasileiro e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Aproximadamente 5.029m³ de madeira foram apreendidos.
Foto: 1ª Brigada de Infantaria de Selva

A Operação segue até o próximo dia 17 de maio, com ações de fiscalização e proteção ambiental. “Estamos atuando em toda a área de fronteira. Cada região tem um foco principal. Na área Yanomami é o garimpo, em Pacaraima é a parte de contrabando e descaminho de combustível, na Raposa Serra do Sol é o contrabando e a entrada na fronteira ilegal e no sudeste do estado é a exploração ilegal de madeira e o desmatamento”, informou o general Jaborandy.
Além das Forças Armadas, entidades como Polícia Federal, Instituto Brasileiro e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) participam da Operação.

Ações sociais
Além da presença militar nas fronteiras, a Operação Ágata 4 prevê ações sociais. Conforme o general Jaborandy, atendimentos médicos e odontológicos estão sendo levados para as comunidades mais afastadas dos municípios de fronteira do estado, tais como, nos municípios de Uiramutã, Pacaraima, Bonfim e São Luiz do Anauá.

O que têm em comum um terrorista, o aquecimento global e o mau gosto?


 
  
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Vanessa Barbosa , de

Reprodução
Campanha do Heartland Institute
O terrorista Ted Kaczynski, conhecido como “Unabomber”, no outdoor do Heartland: "Eu acredito no aquecimento global. E você?" 

São Paulo - Conhecido por contestar as evidências da influência humana sobre o aquecimento global e difundir o ceticismo quanto às teses mais alarmistas, o Instituto americano Heartland entrou numa saia justa desagradável com sua mais recente – e impopular - campanha de negação das mudanças climáticas.

Na semana passada, a entidade independente instalou numa via expressa de Maywood, em Illinois, nos EUA, um outdoor digital com a imagem de Ted Kaczynski, também conhecido como “Unabomber” - um matemático terrorista americano condenado à prisão perpétua por uma série atentados à bomba -, acompanhada do seguinte slogan: “Eu ainda acredito no aquecimento global. E você?”.
O outdoor alternava a imagem do criminoso com outros assassinos famosos como Osama Bin Laden e Charles Manson e figuras tão controversas como Fidel Castro. Não é de se espantar que a campanha tenha gerado polêmica. Por essa razão, ficou apenas 24h no ar, sendo retirada logo no dia seguinte. Para botar mais lenha na fogueira, o Heartland publicou um comunicado em seu site, dizendo que "os defensores mais proeminentes do aquecimento global não são cientistas. Eles são assassinos, tiranos e loucos".
A proposta do outdoor, segundo o Instituto, era reproduzir o “efeito terrorista” que - acredita a entidade - o discurso apocalíptico do aquecimento global pode gerar sobre as pessoas “ao impor uma sentença de morte em massa para nossos filhos”. Em comunicado à imprensa, o grupo sublinha que “o outdoor foi deliberadamente provocativo, numa tentativa de virar a mesa sobre os alarmistas do clima, utilizando suas próprias táticas, mas com a mensagem oposta”.
Efeito colateral

Apesar da estranheza provocada, o Heartland afirma que foi bem sucedido em seu intuito de chamar a atenção em massa da população e da mídia americana pelo bem ou pelo mal. Mas a realidade, na prática, se mostrou bem ríspida. Sem perceber (ou ignorando os riscos), o Instituto entrou numa senhora saia justa com alguns de seus patrocinadores, grupos de peso como Microsoft, General Motors e Diageo, dono das marcas Guinness, Smirnoff e Johnnie Walker.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o Grupo do ramo de bebidas, que há dois anos doou 10 mil dólares ao Heartland para um projeto de imposto especial sobre consumo, afirmou que não tem mais planos de trabalhar com o Instituto no futuro. Por sua vez, a Microsoft, que doou cerca de 60 mil dólares em 2011, também disse que não endossa as opiniões do Heartland sobre as alterações climáticas.
Em seu blog, o diretor de sustentabilidade da empresa de software, Steven Lippman, escreveu que a mudança climática é uma questão séria e que exige atenção imediata. “O Instituto Heartland não fala pela Microsoft. Na verdade, a posição do Heartland  sobre a mudança climática é diametralmente oposta à posição da Microsoft. Discordo completamente da campanha do grupo, uma publicidade inflamada e de mau gosto”, disse ele. Difícil não concordar.

Para ministra, Código Florestal deve ter regras mais claras





Antônio Cruz/ABr
O relator do Código Florestal, Paulo Piau, lê relatório
Organizações ambientalistas lideram nas redes sociais um movimento chamado “Veta, Dilma”, pedindo que a presidente derrube os pontos considerados mais críticos do projeto

Brasília - A presidente Dilma Rousseff tem até dia 25 de maio para sancionar ou vetar – parcial ou totalmente – o texto do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 25. O texto do Congresso Nacional chegou hoje (7) à Casa Civil e tem prazo de 15 dias úteis para ser avaliado pela presidente.

O texto aprovado pelos deputados desagradou ambientalistas e não era a versão que o Palácio do Planalto esperava aprovar. Durante a tramitação no Senado, o governo conseguiu chegar a um texto mais equilibrado, mas a bancada ruralista na Câmara alterou o projeto e voltou a incluir pontos controversos.
Entre os pontos polêmicos da nova redação da lei florestal está, por exemplo, a possibilidade de anistia a quem desmatou ilegalmente e a redução dos parâmetros de proteção de áreas de preservação permanente (APPs).
Organizações ambientalistas lideram nas redes sociais um movimento chamado “Veta, Dilma”, pedindo que a presidente derrube os pontos considerados mais críticos do projeto. Hoje, pela manhã, Dilma recebeu a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, uma das principais lideranças ruralistas do Congresso.
O veto presidencial pode ocorrer por razões políticas, quando o projeto ou parte dele é considerado contrário ao interesse nacional, ou jurídicas, quando o texto ou parte dele for inconstitucional. O veto é analisado pelo Congresso Nacional, e pode ser derrubado se houver maioria absoluta no Senado e na Câmara.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Equador espera "revolucionar" na Rio+20

JMA-Jornal Meio Ambiente |Fonte EFE

Quito - O Equador quer "revolucionar" com ideias "audazes" na próxima Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), disse nesta sexta-feira em entrevista a ministra coordenadora de Patrimônio, María Fernanda Espinosa.
Espinosa lembrou que a proposta central do Equador para a Conferência, que acontece no Brasil dos dias 20 a 22 de junho próximos, gira em torno do paradigma do "Bom Viver" como uma alternativa ao desenvolvimento.
Além disso, pretende impulsionar a declaração universal dos direitos da natureza, como consta da Constituição equatoriana, e que se refere, entre outros, ao direito a existir, a garantir os ciclos ecológicos de manutenção e reprodução, e à reparação dos danos ambientais.
O Equador propõe também buscar o estabelecimento de uma nova ordem econômica internacional e uma nova arquitetura financeira.
Na reunião do Rio, o Equador também proporá incluir no pilar do desenvolvimento sustentável o tema da cultura como articuladora e geradora do equilíbrio entre o econômico, o social e o ambiental.
O Equador propõe recuperar as culturas como fundamento na construção de sociedades sustentáveis, "dada a incidência direta na qualidade de vida da população, ao potencializar modelos de economia popular e solidária, promover respeito aos direitos humanos e à sabedoria ancestral", entre outros.
Espinosa comentou que na Conferência Rio+20 se espera conseguir "acordos mínimos" sobre temas fundamentais com a região através da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac).
Para a ministra, as reuniões internacionais sobre meio ambiente "não resolvem os problemas de humanidade, mas geram um mapa do caminho, uma via, um horizonte para ver por onde vamos caminhar".
"No Rio estamos esperando escutar quem é quem", assinalou a ministra, ao assegurar que as negociações sempre são "muito complicadas".

Camila Pitanga pede 'Veta, Dilma!' em cerimônia oficial


São Paulo - Nesta sexta-feira (4), durante cerimônia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu título de Doutor Honoris Causa de cinco universidades públicas fluminenses, a atriz Camila Pitanga quebrou o protocolo ao pedir à presidenta Dilma Rousseff, que acompanhou o evento, veto ao texto do novo Código Florestal, aprovado no dia 25 de abril pela Câmara dos Deputados.
A atriz, que era mestre de cerimônias do evento, interrompeu a apresentação com um pedido de desculpas pela quebra de protocolo e pediu "Veta, Dilma". A plateia que acompanhava a cerimônia, no teatro João Caetano, no centro da cidade do Rio de Janeiro, aplaudiu a mestre de cerimônias. A presidenta Dilma, pega de surpresa, sorriu e cumprimentou a atriz com a cabeça.
O "Veta, Dilma" é um movimento organizado nas redes sociais por entidades ambientais contra o texto do novo código. Para ambientalistas, ele pode levar ao aumento do desmatamento no país. O texto está sob análise da presidenta, que pode vetá-lo parcial ou totalmente.


Situação do saneamento no Brasil é dramática e não condiz com crescimento econômico do País


JMA-Jornal Meio Ambiente |  Fonte Agência Brasil, Reportagem Vitor Abdala / Edição Carolina Sarres

Rio de Janeiro. Os indicadores de saneamento no Brasil são “dramáticos” e fazem o País parecer parado no século XIX. A avaliação é do presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. A organização não governamental realiza estudos e acompanha a situação do saneamento básico no País.
De acordo com o Trata Brasil, os últimos dados disponíveis do Ministério das Cidades, de 2009, mostram que cerca de 55,5% da população brasileira não estão ligados a qualquer rede de esgoto e que somente um terço dos detritos coletados no País é tratado.
“Podemos dizer que a grande maioria do esgoto do País continua indo para os cursos d’água, os rios, as lagoas, os reservatórios e, consequentemente, o oceano. O Brasil parou no século XIX. Qualquer indicador que você pegue tem níveis dramáticos, que não têm nenhuma relação com o avanço econômico que o Brasil vem tendo”, disse Carlos.
Para o especialista, o Brasil teve avanços, principalmente com a criação do Ministério das Cidades e com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os progressos, no entanto, ainda são tímidos em relação às necessidades do País.
Segundo ele, atualmente são investidos entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões por ano em saneamento no Brasil, quantia inferior à necessária para atingir as metas do governo até 2030 – investimento de R$ 420 milhões pelos próximos 18 anos, o que corresponde a cerca de R$ 20 bilhões por ano, de acordo com estimativas feitas pelo Ministério das Cidades.
Mesmo com o aumento dos recursos para saneamento básico nos últimos anos, principalmente por causa do PAC, a maioria dos projetos não sai do papel. Um levantamento divulgado no início de abril deste ano pelo Trata Brasil, sobre as 114 principais obras de saneamento da primeira fase do programa, mostra que apenas 7% delas estão prontas. Entre as demais, 32% estavam paralisadas e 23% atrasadas.
“O problema não é a falta de recursos. Os municípios não conseguem tocar as obras. Muitos projetos (apresentados ao PAC) estavam desatualizados e tinham problemas técnicos. Muitas obras não passaram nem na primeira inspeção (do programa)”, informou o especialista.
Para Édison Carlos, os principais entraves ao avanço do saneamento básico no País são a falta de prioridade dada pelos políticos à questão e a falta de interesse da população em cobrar essas obras das autoridades.
O Instituto Trata Brasil participará da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), mas Édison Carlos é cético em relação aos avanços que poderão ser obtidos.
“Espero estar errado, mas acho que temas como os biocombustíveis, a questão da floresta e o efeito estufa tendem a dominar as discussões. Além disso, o que costuma balizar essas discussões são temas econômicos”.
Duplicação do acesso
Apenas 44,5% dos domicílios brasileiros estão conectados a uma rede de esgoto. O quadro, segundo o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski, é de uma situação “muito precária”. O Plano Nacional de Saneamento Básico, que deve ser lançado no segundo semestre deste ano, tem a meta de duplicar esse acesso e ampliar a rede para chegar a 90% dos domicílios até 2030.
Para cumprir essa meta do plano, assim como outras (universalização do acesso à água e da coleta de lixo urbano), é necessário investimento de R$ 420 bilhões nos próximos 18 anos, o que corresponde a R$ 20 bilhões por ano, entre recursos públicos e privados.
Mesmo que os investimentos previstos sejam efetuados, haverá 10% da população ainda sem acesso ao esgotamento sanitário. Segundo Tiscoski, o governo federal não tem uma previsão de quando conseguirá fazer que essa parcela da população tenha acesso ao saneamento – e, efetivamente, universalizar o acesso à rede de esgoto.
De acordo com o secretário, obras de saneamento são complexas, levam tempo e precisam de bons projetos. Por isso, mesmo que haja recursos disponíveis, não há como garantir que as obras sairão do papel no curto prazo.
“Uma obra de saneamento tem ciclo de cinco anos, sendo dois anos para seleção, elaboração de projetos e licitação, e três anos para execução, em média. Os estados, os municípios e as companhias também têm limitações, como problemas de gestão, falta de projeto, de licença ambiental e uma série de fatores que travam o pleno andamento das obras”, disse.
Tiscoski informou que até o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que foi um avanço na área, enfrentou problemas. A primeira fase do programa foi lançada em 2007 e, desde então, foram selecionados 800 projetos de coleta de esgoto, que somam R$ 21 bilhões. Segundo o secretário, no entanto, muitos estados e municípios tinham projetos defasados ou sequer tinham projetos para rede de esgoto. “Temos obras de 2007 ainda não iniciadas, justamente pela falta de projetos”, disse.